21 de março de 2012

Alunos da UFBA param e reivindicam obras na Faculdade de Direito

"A alegada proibição dos trotes teria incentivado o protesto"

Alunos se reuniram em assembleia e decidiram parar
Os estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia paralisaram, nesta terça,20, as atividades acadêmicas para protestar, entre outras coisas, contra o sucateamento do prédio da instituição, no bairro da Graça. Os dois mil alunos convivem com estruturas precárias, depósitos amontoados, fiações expostas, buracos no teto, infiltrações, defeitos no elevador, falta de água e luz.

Coincidentemente, também nesta terça, o aluno José Paulo Cruz, do 2º semestre, encontrava-se preso no elevador do prédio por cerca de 15 minutos no instante da chegada da reportagem. “Foram momentos de desespero. Só tinha uma brecha para passar”.  Os estudantes prometem realizar na manhã de hoje um “apitaço, seguido de faxinaço e um abraço coletivo”.

Os alunos reclamam ainda em carta pública da “ineficácia na realização dos serviços na cantina e fotocópia” e da “falta de controle nas atividades dos docentes”, pedem a “revitalização do acervo da biblioteca”, “maior transparência na gestão dos recursos” e o fim da “proibição do trote”.

A alegada proibição dos trotes teria incentivado o protesto, mas o diretor da Faculdade de Direito da Ufba, Celso Castro,  disse que não proibiu, “uma vez que já havia uma resolução do conselho universitário que proíbe o trote. O quesito trote foi deixado de lado, visto outros interesses que surgiram”.

Luã Lessa, 23,  aluno do 7º semestre e um dos líderes da comissão eleita FDUFBA Movimenta – que promove o protesto  –, diz que muitas têm sido as queixas relativas ao abandono da faculdade.  “Reclamações  têm sido encaminhadas à direção, mas providências não são tomadas”.

Sobre a reforma do prédio, o diretor da faculdade, Celso Castro, informa que esteve com o vice-reitor Luiz Rogério Bastos Leal, que “prometeu uma licitação para o dia 9 de abril” e que deve atender às obras que estão paradas. Ele conta que as obras tiverem início em 2010, porém houve o abandono da empresa que estava à frente. Questionado sobre a falta de transparência, disse: “É algo muito genérico essa afirmação dos alunos. A verba da faculdade é de R$ 25 mil por ano e se originam na universidade. As unidades não têm autonomia.  Temos só o controle acadêmico”.

Castro disse que solicitou ao pró-reitor de administração da Ufba, Paulo Cezar Vilaça, uma licitação, em caráter emergencial, para solucionar  problemas da cantina e da fotocópia.  Por fim, creditou à “morosidade burocrática” a situação que vive a Faculdade de Direito.

Quanto ao controle dos docentes, disse que  é feito através das cadernetas. “Os alunos podem ajudar apontando quem são esses professores.  A faculdade cresceu, mas o corpo de funcionários à noite, não. Apenas quatro fiscalizam frequência de professores e alunos”, diz.

Fonte: A Tarde

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