1 de março de 2017

Carnaval de Madre de Deus mantém os traços dos bailes de ouro

Bloco da Latinha é conhecido nacionalmente
Mesmo próximo a Salvador, o carnaval de Madre de Deus difere da hegemonia dos trios elétricos. Na verdade, existe um pouco de tudo na cidade-ilha. Há trios elétricos e muito axé, mas a força principal do carnaval “Confete e Serpentina” está nos blocos fantasiados, nas marchinhas e nas bandas de sopro.

Não acompanhamos todos os dias do carnaval, que começou oficialmente na quinta-feira, 23, com o 'baile fantasia' e encerrou nesta quarta-feira, 01, com charangas pelas ruas. O Estado e a Prefeitura são os grandes patrocinadores, mas o carnaval de Madre de Deus tem vida própria. São os próprios moradores quem mantêm viva o espírito da festa com seus diversos blocos independentes. Durante a manhã de quarta-feira, o bloco “Os Vagabundos” conduziu um arrastão branco pelas ruas de Madre. Mais de duzentos componentes atraíram uma multidão de seguidores.

Além dos blocos, moradores circulam as ruas, bem antes do início da festa oficial, com suas máscaras e fantasias. Muitos investem mais de 300 Reais na fantasia, mas o que se destaca mesmo é a criatividade do folião. As fantasias mais famosas de Madre de Deus são de peças recicladas. A fantasia da latinha reciclada foi referência em 2015, quando participou do programa de Regina Casé na Rede Globo. Não é difícil encontrar fantasias de papelão, de CDs e outros materiais inusitados.

E quem pensa que apenas jovens frequentam a festa, engam-se. O carnaval é abrilhantando com todas as idades. Há o 'Baile da terceira idade', “Bloco da melhor idade” e bloco infantil. A idade parece não contar muito. É de fato um carnaval plural e participativo. Encontramos o prefeito da cidade trabalhando na logística e ao mesmo tempo se divertindo no meio do folião com esposa e filha. É um carnaval para celebrar a paz e a confraternização entre os povos, já que Madre de Deus recebe muitos turistas. Porém, o blog Madre Sem Média afirma que um disparo de arma de fogo aconteceu durante a exibição do bloco 'Toma Sopa' no domingo, 19, mas sem relação direta com o evento.

Não há dúvida da singularidade do carnaval de Madre de Deus. Nesta cidade do recôncavo baiano, seu povo não sente falta das festas de Salvador, Recife e Rio de janeiro, por outro lado, aqui seguem o mesmo destino dos grandes centros: o ano só começa depois do carnaval. Ano que vem tem mais!


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