27 de abril de 2015

São Paulo é aqui, São Paulo não é aqui

Com Daniel, nossa aventura foi mais emocionante
Selva humana: cada um com seus sonhos, mas parece a mesma aventura
Selva de pedras: a grana que ergue e destrói coisas belas
Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, Eu, Daniel e Janaína fomos para a Zona Sul, Jardim Macedônia, visitar Michel e família, irmão da minha esposa. Cortamos a cidade ao meio. Logo, Daniel, cinco anos, gritou de dentro do ônibus que São Paulo parecia Nova York (para ele, cidade do homem aranha). Nice, esposa de Michel, nos esperava em Congonha. De lá, pegamos um ônibus de massa, estilo sanfona, mas confortável. Em seguida, Nice falou que agora só restava a ‘perua’ para a gente chegar em casa. Esperei uma Kombi, mas perua lá é micro-ônibus.

O primeiro impacto de São Paulo ficou por conta desse micro-ônibus. Demorou um pouco de passar no ponto. Depois lotou, mas lotou mesmo. Quando pensava que ia melhorar, caiu uma chuva. Fecharam todas as janelas. Aperto e calor insuportável. Deu vontade de voltar para a Bahia.

De cara, percebi porque o paulistano acha que nenhum político presta, embora o PSDB reine por lá. Acordam muito cedo, dormem tarde e enfrentam o transporte coletivo lotado todo santo dia. Para quem leva uma jornada de 44 horas semanais, estudar torna-se quase impossível. No horário de pico, assim que abre a porta do metrô, a disputa por um pequeno espaço no transporte é real. Porém, peguei o metrô fora do horário competitivo e achei uma maravilhar. Com essa luta contra o tempo, o trabalhador paulista se informa basicamente pelos meios de comunicação de massa, principalmente TV.

Na Periferia

Resenha e muita cerveja marcam o fim de semana da galera da Zona Sul
Feriado nos bairros populares é muita bebida, cigarro, som e encontro de amigos. No bairro do Campo Limpo, encontrei uma turma animada de Serra Preta. A maior parte deles era trabalhadores autônomo. É comum encontro de amigos para beber até altas horas para jogar ‘conversa fora’, como dizem.

No bar do paraibano Raimundinho, a turma de Serra Preta começou a beber a partir das 10h. Lembranças da cidade natal, valores recebidos no trabalho, sonho de consumo e muita “gozação”, citação de vacilo que os amigos enfrentaram na cidade grande, são os temas do papo. Mesmo distante, todos mantém algum contato com sua terra natal.

Em período eleitoral, a turma de Serra Preta me informou que candidatos a prefeitos frequentam bairros paulistas em busca de apoio. Muitos não votam em Serra Preta, mas pedem aos familiares para votar no candidato de preferência ou que ocorrera algum tipo de negociação. A estratégia do candidato sertanejo é pagar cerveja, beber junto com os eleitores e prometer algum tipo de proteção paternalista a família que ficara no nordeste.

Superação

Com Aparecido em Sampa
Muitos nordestinos conseguiram se organizar economicamente, seja abrindo empresa de prestação de serviço, comercializando mercadorias ou mesmo como empreendedor de atividade especializada.

Por acaso, encontrei-me com Aparecido Neri, que aprendeu a confeccionar e dar manutenção em manequins de lojas. Visitei o ateliê e percebi a eficiência do serviço. Aparecido não fala em valores, mas diz estar satisfeito com o negócio, que dominou a partir de jovem aprendiz em oficinas, como se aprendia no início da Era moderna com os artesãos.


Hoje, Aparecido fornece suas belas bonecas para diversas lojas importantes da capital paulista. Para ele, além de ganhar uma boa grana, é uma satisfação ver o cliente contente com o atendimento e a qualidade dos produtos.

FIQUE LIGADO: breve, outras matérias sobre Sampa

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